Amigo de pecadores

O conceito que alguns tinham de Jesus naqueles dias, não nos parece condizente com a imagem que criamos dele em nossos dias. "Pois veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Tem demônio! Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores! Mas a sabedoria é justificada por suas obras" (Mt 11.18-19). Jesus é o mesmo? Ele é e sempre será o mesmo (Hb 13.8), mas nós mudamos o modo de olhar para ele. Em seus dias lhe chamavam de mundano, hoje o isolamos das pessoas. O que é pior - misturar Jesus com tudo, ou separar Jesus de todos? Os dois modos são nocivos. Precisamos olhar para Jesus como ele se apresenta na Bíblia.

Ser chamado de "amigo de pecadores", não afeta os modernos seguidores de Jesus. Isso hoje soa quase como uma "ofensa" para muitos. Ser amigo de pecadores é ser amigo dos marginalizados pela sociedade, dos rejeitados, dos discriminados, e todos os que não têm boa reputação. Quantos membros de igrejas se identificam com esse termo na forma como Jesus o era? Muitos que estão na igreja hoje são amigos de pecadores no sentido negativo, ou seja, fazendo e vivendo o estilo pecaminoso daqueles. A grande distinção de Jesus é que ele era "santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus" (Hb 7.26), e mesmo assim amava e ama os pecadores.

João Batista foi menos sociável que Jesus. Ele viveu muito tempo no deserto e não se envolveu tanto com as pessoas. Mas não foi esse o caso de Jesus. Ele entrava e saía de qualquer lugar sem nenhum restrição. Ninguém era desprezível para ele. Jesus não diferenciava as pessoas como temos a tendência de fazer. Ele amava as pessoas de tal modo que elas eram atraídas a ele em multidão para ouvi-lo com prazer. Ele era muito agradável. Prova disso é que os rejeitados, os doentes, as crianças, prostitutas, os fiscais e tantos outros que na época eram vistos com desdém, ficavam à vontade na presença dele. Ele atraía os piores e os transformava nos melhores da sociedade. Ele ainda faz assim hoje, pois veio "buscar e salvar o perdido" (Lc 19.10). Em Jesus a porta está sempre aberta para nós. Ele disse de si mesmo: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem" (Jo 10.9).

Jesus foi censurado pelos fariseus e os escribas porque recebia publicanos e pecadores e comia com eles. Ele reagiu contando uma párabola sobre um pastor que deixa noventa e nove ovelhas e sai a procura de uma que havia se perdido. Fala também de uma mulher que tinha dez moedas, mas ao perder uma delas, a procura diligentemente até encontrá-la. Contou também de um filho que saiu de casa gastando toda a herança familiar com uma vida devassa, mas que foi acolhido pelo pai quando voltou para casa arrependido. Assim é o amor de Deus.

Jesus já veio para os pecadores. Agora os pecadores devem vir para Jesus.


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