As Alianças entre Deus e o Homem

Desde a criação do mundo Deus tem revelado às pessoas como ele deseja que ajam e também faz promessas de como agirá com elas em várias circunstâncias. As diferentes formas de como Deus se relaciona com os homens, podem ser chamadas de “alianças”. Definição: “Uma aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições do relacionamento entre as partes”.

A. A ALIANÇA DAS OBRAS

Deus fez uma aliança com Adão e ele a quebrou (Os 6.7). Isso mostra que havia um compromisso legal bem definido entre Deus e Adão. Os requisitos do relacionamento entre Deus, Adão e Eva, estão definidos nas ordens que Deus lhes deu (Gn 1.28-30; 2.15-17).

O relacionamento de Deus com o homem no jardim do Éden como aliança nos mostra o lugar dos mandamentos, promessa e bênção pela obediência. Não era algo automático. Daí chamarmos a aliança de Deus com Adão e Eva de “aliança das obras”, pois dependia claramente da obediência.

A aliança das obras ainda está em vigor? Em vários sentidos, sim. Se fosse possível, poderíamos ter vida plena pela obediência perfeita (Rm 7.10; 10.5; Gl 3.12). A punição para essa aliança continua sobre cada pessoa separada de Cristo (Rm 6.23). Mas, Jesus obedeceu de forma perfeita a “aliança das obras” por nós (Rm 5.18-19; 1 Pe 2.22). Fomos libertos da aliança das obras em Cristo, e fomos incluídos na nova aliança, a aliança da graça.

B. A ALIANÇA DA REDENÇÃO

Existe também uma aliança entre os membros da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), chamada “aliança da redenção”.

O Deus Pai deu ao Filho um povo (Jo 17.2, 6), sendo ele o representante (Jo 3.16; Rm 5.18-19). Também preparou um corpo para o Filho (Cl 2.9; Hb 10.5). Ele veio redimir esse povo (Hb 9.24). O Pai deu ao Filho toda a autoridade (Mt 28.18), além de dar o Espírito Santo para ministrar a redenção (At 1.4; 2.33).

O Filho veio ao mundo como homem para viver sob a lei mosaica (Gl 4.4; Hb 2.14-18), para ser totalmente obediente ao Pai até a morte de cruz (Fp 2.8; Hb 10.7-9), redimindo seguramente seu povo, a igreja (Jo 17.12).

O Espírito Santo concedeu sua plenitude a Cristo para que o mesmo realizasse seu ministério na terra (Mt 3.16; Lc 4.1, 14, 18; Jo 3.34), e aplicar a obra da redenção nos homens (Jo 14.16-17, 26; At 1.8; 2.17-18, 33).

C. A ALIANÇA DA GRAÇA

Por não cumprir a aliança das obras, o homem precisou de um outro meio para se relacionar com Deus. Na aliança da graça, Cristo é o mediador (Hb 8.6; 9.15; 12.24). A condição do homem nessa aliança é fé na obra redentora de Cristo (Rm 1.17; 5.1). Esse princípio também se aplicava ao Antigo Testamento (Rm 4.1-15).

A condição para participar da aliança da graça é fé, mas ela deve ser seguida de obediência, não como mérito, mas como evidência de nova vida (Tg 2.17; 1 Jo 2.4-6).A promessa dessa aliança é vida eterna (Gn 17.7; Jr 31.33; 2 Co 6.16-18; Hb 8.10; 1 Pe 2.9-10). Essa promessa se cumprirá plenamente no céu (Ap 21.3).

O sinal (símbolo) dessa aliança no Antigo Testamento era a circuncisão, seguida das festas e leis cerimoniais. Na nova aliança (NT), esse sinal é o batismo, seguido da Ceia do Senhor.

Na nova aliança há bênçãos incomparáveis e incontáveis, pois Cristo fez uma obra completa em nosso favor (Hb 9.24-28). Cristo nos revelou Deus de forma plena (Jo 1.14; Hb 1.1-3); derramou o Espírito Santo em nós (At 1.8; 1 Co 12.13; 2 Co 3.4-18); escreveu suas leis em nossos corações (Hb 8.10). Essa é uma “aliança eterna” (Hb 13.20).
__________
Teologia Sistemática – Wayne Grudem – Edições Vida Nova