José, foi compensador conhecer você. Sua vida foi uma enciclopédia que ensinou sabedoria. Você ensinou e continua ensinando, pois como Abel, mesmo depois de morto ainda fala. Você foi normal, bem sei. Seu nascimento foi comum, sua vida também; ainda que recheada de ingredientes raros.
José, você me ensina que o trabalho é legítimo, pois na adolescência você já cuidava das ovelhas da família. Sei que você fofocava para seu pai de seus irmãos, mas, o seu jeito cativante merecia o amor pujante de Israel seu pai, demonstrando seu amor colorido na túnica que lhe ofereceu.
José, você me ensina a sonhar - sonho que desperta para a vitória. Você sonhou alto, tão alto que ninguém acreditou, até que o sonho se concretizou. Hoje, são poucos os sonhadores. É mais fácil encontrar quem tem insônia para não sonhar, ou pesadelo que não sonha.
José, você me ensina a perdoar, quando perdoou quem a vida queria lhe tirar. Seu sangue foi comparado com sangue de bruto animal, estando seu sangue nas veias, como homem racional. Você tratou como príncipe, quem escravo lhe tornou. Você chorou lágrimas de amor, por quem o mal lhe desejou. Você, em posição superior igual se tornou a pobres peregrinos que não ignorou serem seus irmãos. Você tinha tudo para humilhar, mas humildade demonstrou. Para quem desejou seu fim, você deu continuidade ao seu final.
José, você me ensina que o mais importante não é o que fazem com a gente, mas sim, o que a gente é. Pois você, sendo tratado como escravo se tornou mordomo de confiança, porque sabia em quem confiava.
José, você me ensina que nem todo orgasmo é justificável; pois, antes do prazer sexual, devo olhar quem o promove. Você me ensina que o tratamento com uma mulher deve ter a aprovação do Senhor. Do contrário, devo correr dela. Você me ensina que as carícias de uma mulher não se igualam com o prazer de obedecer ao Senhor. Você pode ser visto como impotente sexual, por dizer não para a proposta de uma mulher. Mas, não é isso José. Você mostrou uma virtude que mil homens juntos raramente se igualam a você. Entre os raros esteja eu. Aprendo com você que descansar nos braços da mulher que não me pertence, pode me trazer cansaço permanente.
José, você me ensina que mesmo na prisão se pode ter liberdade, quando a causa da prisão não tem justificação. Você me ensina que é melhor estar na prisão e se sentir livre, que livre e se sentir preso.
José, você me ensina não apenas sonhar para si, mas, mostrar interesse pelo sonho de outros. Você se interessou por toda uma nação, e foi útil na sua preservação.
José, você me ensina que Deus não tira os espinhos de nosso caminho, deixando apenas o perfume das flores, mas, aprendo que um jardim regado nos espera no final da caminhada.
José, você foi como um ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estenderam sobre o muro (Gn 49.22). Sei que esse foi o seu segredo, não deixar a fonte do céu que nos faz frutificar, e a seiva espiritual que nos capacita aos obstáculos vencer.
Obrigado, José.